Conservar a biodiversidade, garantir a segurança alimentar: o papel de morcegos e aves como agentes de supressão de insetos-praga na cultura de arroz na África Ocidental
Tarefa 1
Que espécies de aves e morcegos se alimentam nas bolanhas de água doce?
Para avaliar o potencial impacto de aves e morcegos como agentes de supressão de pragas do arroz, importa saber se os morcegos e as aves utilizam regularmente as bolanhas, comparando com outros habitats da região. Usando métodos complementares de amostragem (redes de névoa, armadilhas de harpa, gravadores acústicos autónomos) vamos identificar e quantificar a actividade de morcegos e aves nos principais habitats na área de estudo.
Tarefa 2
As aves e morcegos são eficazes na supressão de insetos-praga do arroz?
A demonstração do consumo por si só não é suficiente para provar que os morcegos ou aves exercem pressão de predação suficiente para influenciar a dinâmica populacional das pragas. Para tal, vamos comparar os padrões temporais de abundância de predadores, com os da disponibilidade e consumo de insetos praga e não-praga (inferidos através de capturas de insetos e análises da dieta, respectivamente). Os resultados indicarão se os morcegos e as aves acompanham as variações nas populações de pragas.
Tarefa 3
Qual é o papel de cada espécie de morcegos e aves insectívoras na rede ecológica predador-praga do arroz?
Os agroecosistemas têm uma teia complexa de organismos em interação, que requer uma maior compreensão para informar estratégias de controlo biológico e para uma gestão sustentável das pragas. Com base nos dados obtidos nas duas primeiras tarefas vamos analisar a rede temporal multicamada de interações predador-praga para compreender a sua dinâmica em relação às variações sasonais e práticas agrícolas.
Tarefa 4
Qual é o impacto dos morcegos e aves insectívoros nas pragas de arroz?
Uma das formas de medir a eficácia da supressão de pragas é através da redução dos danos nas culturas e da perda de rendimento. Usaremos experiências de exclusão em bolanhas doces para esclarecer a importância relativa da supressão de pragas mediada por aves e morcegos e quantificar os efeitos da predação de vertebrados em termos de abundância de artrópodes herbívoros, danos nas plantas e rendimento das culturas.
Tarefa 5
Qual é o valor económico supressão de pragas do arroz mediada por morcegos e aves?
Estimar a importância económica dos predadores de invertebrados em sistemas agrícolas é um desafio urgente, tendo em conta o enorme valor dessa informação para a conservação, bem como para a segurança económica e alimentar nos países em desenvolvimento. Usaremos todos os parâmetros relevantes do sistema cultura-predadores-pragas (por exemplo, perda de rendimento evitada estimada nas experiências de exclusão, abundância de predadores, preço das culturas). Associaremos as nossas estimativas à escala local com dados espaciais sobre distribuição de arroz para extrapolá-las à escala nacional, regional e continental.
Tarefa 6
O aumento de abrigos pode aumentar os benefícios da supressão de pragas mediada por morcegos?
Embora tenha sido demonstrado que abrigos artificiais podem atrair morcegos para as zonas agrícolas, não existem provas de que isso se reflita na atividade de alimentação dos morcegos nessas zonas. Se esta relação se confirmar, a colocação de abrigos poderá ser muito eficaz na supressão de pragas, particularmente quando comparada com a utilização de pesticidas, já que é menos prejudicial para o ambiente e saúde humana. A instalação de abrigos proporcionará também uma excelente oportunidade para envolver a população local neste projeto e para compreender e discutir as suas perceções e atitudes em relação aos morcegos e à eco-agricultura